Sistemas de revestimento de taludes, com matriz composta por fibras naturais de palha agrícola e/ou coco e reforçadas por malhas de polipropileno estabilizado contra raios UV. Seu uso é para aplicações temporárias (até 2 anos) ou em canais de pouco fluxo.

Protegem o solo da erosão superficial retendo a umidade por mais tempo. Essa retenção propicia condições mais adequadas de germinação e desenvolvimento das espécies vegetais semeadas, além de fornecer nutrientes, pois, são degradáveis e servem de fonte de matéria orgânica para o solo, auxiliando em sua estruturação. Podem ser fabricadas utilizando diversos produtos tais como: celulose, sisal, fibra de coco, juta, colmo de diversas plantas, etc.

Além de evitar a erosão superficial, proporcionam sombreamento e também a retenção da umidade no solo, quando se implanta o trabalho de reconstituição vegetal facilita a germinação de sementes no local. Protege o solo contra impacto direto da chuva e mantêm boa umidade e proteção das sementes lançadas.

As biomantas podem ser aplicadas em qualquer declividade ou tipo de solo; diretamente sobre a superfície que se deseja proteger com finalidades estéticas, ambientais e para estabilização de solos. A composição, degradabilidade, gramatura, e resistência das biomantas é variável e deve adequar-se às necessidades dos projetos de recuperação e proteção ambiental específicos, já que esses se destinam a diferentes necessidades e situações.

As biomantas servem para facilitar o plantio em taludes de alta declividade e locais onde existe a formação de processos erosivos.

Metodologia Executiva

1-Ancoragem superior

2-Preenchimento de erosões com retentores de sedimentos tipo Bermalonga®

3-Construção de bermas artificiais

4-Preparo do solo (coveamento e semeio)

5-Ancoragem inferior

6-Grampeamento longitudinal

7-Grampeamento transversal

8-Efeitos da vegetação na estabilidade de taludes

Detalhe de como se apresenta a Biomanta

Após a conclusão do serviço de terraplenagem, uma vez quantificado e definido a área da aplicação da Biomanta, faz-se a fixação de cordas para trabalho de rapel acopladas a dispositivos trava quedas, onde todos os funcionários são atados a uma linha de vida para permitir trabalhar de maneira ágil e segura em taludes íngremes.

É desejável que a superfície do talude esteja a mais regularizada possível, para que as biomantas possam ficar totalmente aderidas à superfície. O acerto e regularização podem ser feitos manualmente ou mecanicamente, buscando eliminar os sulcos erosivos, o preenchimento dos espaços vazios e a ancoragem dos sedimentos soltos. As concavidades do terreno e as negatividades dos taludes devem ser removidas ou minimizadas, para evitar a formação de novos focos erosivos, desmoronamentos e escorregamentos.

Após a regularização da superfície do talude e o sistema de drenagem estiver construído, inicia-se o preparo do solo, que consiste em efetuar o micro-coveamento, ou seja, covas pequenas umas próximas das outras e de profundidade suficiente, de maneira a reter todos os insumos a serem aplicados, como fertilizantes, corretivos, mulch, adesivos e sementes. Estes insumos podem ser aplicados manualmente ou por via aquosa (hidrossemeadura). A quantidade dos insumos a ser aplicada deve ser previamente estabelecida pelo técnico responsável pelo projeto.

A equipe desce o talude, aterrando todas as voçorocas, regularizando o terreno, tirando as imperfeições e os desníveis, de uma forma a procurar deixar o talude liso e sem vegetações remanescentes.

A medido que é feita a regularização e o aterro das ravinas e voçorocas, a equipe verifica a necessidade de se elaborar o coveamento do talude. O coveamento é bater com a enxada ou chibanca no talude gerando pequenos sulcos, deixando o talude homogêneo e de certa forma com cavidades que irão facilitar durante a semeadura manual ou a aplicação das sementes através de hidrossemeadura que garante melhor eficiência e produtividade.

O plantio da semente ou do coquetel de sementes, deve ser feito de uma maneira homogênea, garantindo a cobertura das sementes em toda a superfície do talude, seja de forma manual ou através de hidrossemeadura, garantindo uniformidade na germinação das sementes.

As sementes a serem utilizadas deverão conter referências à porcentagem de pureza e ao poder germinativo. A seleção das espécies deve basear-se em critérios de adaptabilidade e do clima da região, rusticidade, capacidade de reprodução e perfilhamento, velocidade de crescimento e facilidade de obtenção de sementes.

Apresentamos a seguir o quadro de espécies e quantidades utilizadas no processo de hidrossemeadura realizado com frequência na região Sudeste do Brasil que tem apresentado grande índice de germinação e brota.

A quantidade e proporção de sementes poderá variar de acordo com o tipo de local,

material do talude e inclinação, após a avaliação pelo técnico responsável,

pequenos ajustes em função da brota e germinação poderão ser feitos

para adequação do coquetel de sementes a ser aplicado no local.

 

A mistura a ser aplicada é dimensionada para 5.000 litros de água, correspondente à carga de aplicação para 1.000 m² de superfície de talude, por via aquosa (hidrossemeadura). A adubação de cobertura deverá ser realizada de 45 a 60 dias após a germinação, mediante avaliação técnica.

Insumos básicos / Quantidade (Kg/ha)

Concluído o plantio das sementes, devemos transportar a biomanta para o local mais alto e aplicá-la de preferência de cima para baixo. A biomanta vegetal, pode ser confeccionada de vários materiais diferentes, todos de origem vegetal.

As bobinas devem ser estendidas (desenroladas) sempre no sentido da declividade do talude.

Sua fixação, bem como a quantidade e especificação dos grampos, deve seguir a recomendação técnica estabelecida no projeto, em função do material e inclinação do talude.

Os transpasses laterais das biomantas devem ser de 3 a 5 cm, e a sobreposição (transpasse) longitudinal deverá ser de no mínimo 5 cm. O grampeamento nos transpasses deverá ter espaçamento mínimo de 30 cm.

O aplicador desce desenrolando a biomanta e mantendo-a sempre rente ao solo. Quando a biomanta estiver aplicada sobre o talude, iremos executar o grampeamento da manta em malha quadrada de forma a evitar que a biomanta crie pontos que fiquem sem contato com o solo. Este grampeamento é feito de preferência com grampos de aço CA-50.

A boa fixação das biomantas garantirá o sucesso do trabalho. Esta fixação poderá ser feita com grampos de aço, madeira, bambu ou polivinil, de tamanhos e formas variadas, devendo ser aplicada conforme detalhado em projeto, de acordo com as características específicas do local a ser protegido ou recuperado.

Após a fixação da biomanta com grampos de aço, fazemos uma nova aplicação manual de semeadura ou até mesmo  a hidrossemeadura, dependendo da acessibilidade local. Isso ajuda a promover uma melhor aderência da manta no solo bem como melhora a qualidade e do percentual de germinação efetivo das sementes. Fazemos este processo dependendo do tipo de manta que foi empregado, pois em alguns casos não é necessário este reforço.

Geralmente após 1 mês de feito a última etapa, faz-se uma vistoria no local para verificação da brota e do plantio, dependendo do resultado e necessário algum trabalho pontual, principalmente nos locais onde a germinação não aconteceu da mesma forma homogênea. Podendo ser feita uma adubação complementar nestes pontos bem como uma melhora na semeadura que teve baixa densidade de brota e de plantas. Isso requer um valor complementar a ser agregado a obra e é sempre bom combinar antes com o cliente o procedimento de aferição e pagamento.